Fefedo/Janio x Alair. A reedição moderna dos Liras e Jagunços

Oligarquias querem que oposição binária continue

Alguns comentaristas anônimos, com certeza ligados a Janio, insistem em me taxar de alairista e dizer que eu não denuncio nada do ex prefeito. Sem ter como atacar meus argumentos, tentam me filiar a um grupo do qual sou ideologicamente estranho.

O ex prefeito está fora do poder desde 2004. Ainda assim, no blog existem várias críticas a ele. Mas o que os janistas querem é me usar para a perpetuação da briguinha entre Bonifácio e Alair, que vem de priscas eras. Essa briguinha é uma versão atual dos Liras e Jagunços e eu não vou cair nessa. Marquinho, alguns de seus secretários, Alfredo e Jânio são todos do velho grupo bonifacista anti-alair. São as velhas famílias tradicionais da cidade que eram ligadas a José Bonifácio. Jânio participou alegremente desse grupo, com o qual nunca rompeu totalmente. Janio ousou romper em 2008, viu-se isolado e agora voltou a se unir de vez a eles, retornando para seu ninho.

Alair era de uma família empobrecida da cidade, totalmente alheia a esse grupo. Paulo César também é oriundo de uma família pobre, e Cláudio Leitão, vindo de fora, também nada tem a ver com essas oligarquias. Logo, existem na cidade três candidatos de oposição e dois que são do mesmo grupinho que mama nesta cidade há 30 anos: o ex grupo de Bonifácio. Negar isso é negar a história. 

Se há uma coisa que podemos criticar politicamente em Alair é o fato de ter feito aliança com esse grupo, na verdade as oligarquias tradicionais da cidade, suas inimigas históricas. Já escrevi isso aqui e já disse isso a ele e a seus familiares pessoalmente. Mais: em setembro de 2004, dentro de sala da aula, eu previ que este grupo atual iria traí-lo. Foi numa conversa pública com Vinícius Correa, seu sobrinho e meu ex aluno. Todos que estavam na sala são testemunhas.

Sob ponto de vista moral, os erros que podemos apontar em Alair são os mesmos de 99 % dos políticos. Mas uma coisa é certa: o que Alair fez de errado em sua administração é moedinha perto do que o grupo atual faz. Todos viam onde Alair gastava a grana da cidade. As centenas de obras que ele fez estão aí, algumas bastante questionáveis, mas estão feitas.  O erro maior de seu governo, o desvio de grana da saúde para aplicações em outros fins, foi feito por um dos secretários estão com Marquinho.

O governo atual é o mais corrupto do país. Perto dele, os prefeitos de Taubaté e Campinas, como disse o professor Paulo Brunner, são ladrões de galinhas. Estamos diante de uma quadrilha especializada em saquear os cofres públicos, um grupo que governa para o próprio enriquecimento e que torrou mais de 1 bilhão de reais sem que saibamos como. Este grupo quer a continuação da briguinha com Alair e quer envolver todas as demais forças políticas nela. Eu não caio nessa, malandros.  

Acho que Cláudio Leitão e Paulo César devem atentar para a história política da cidade para não caírem nessa conversa fiada do grupo que está no poder em junção com o PDT e o PV. Essa briguinha não é de vcs. O que eles querem é estabelecer uma oposição bipartida com Alair na cidade, onde outras forças fiquem apenas olhando, a ver navios.

Romper com essas oligarquias que nos dominam há anos é romper com as candidaturas de Fefedo e Jânio, sendo que este último chegou a ensaiar um rompimento, mas, infelizmente desistiu por motivos de sobrevivência política. 

Esta é a minha visão da política local e do quadro eleitoral que vai se estabelecendo.

Fonte :

HISTÓRIA, MÚSICA E SOCIEDADE