terça-feira, 27 de dezembro de 2011

FATOS E OPINIÕES 3

Alberto Corrêa e Castro Neto

A já conhecida ciclovia RJ 171, na Praia do Forte, ganhou mais alguns metros de extensão. Para tanto foram pintadas faixas vermelhas, as “ciclofaixas”, ao longo da Avenida do Contorno utilizando-se a própria via pública que margeia o calçadão da praia.
Não há dúvida de que a bicicleta apresenta uma série de vantagens. Ela tem um preço acessível, baixo custo de manutenção, reduzido impacto sobre o meio ambiente, não requer combustível, favorece a saúde do usuário e serve tanto para transporte quanto para lazer.
Porém, um grande problema associado às ciclovias e ao uso das bicicletas é a questão da segurança. É fundamental que elas tenham manutenção constante e que os cidadãos (motoristas, ciclistas e pedestres) respeitem as normas de trânsito, e mais, respeitem o próximo!
Até aí, tudo bem! Mas temos algumas dúvidas quanto à nossa ciclovia RJ 171 nos seguintes aspectos:
A Avenida do Contorno foi projetada para a circulação concomitante de dois carros, lado a lado, em seu asfalto. É comum vermos veículos parando na sua pista da direita para desembarque de pessoas ou de produtos (gelo, água, refrigerantes, pranchas, etc.) e outros em baixíssima velocidade apreciando as nossas belezas naturais. Nesses poucos momentos, a avenida fica com somente uma pista para o fluxo de trânsito. Com a ciclofaixa há, supostamente, uma interrupção permanente dessa pista, ou seja, os carros só se movimentarão em fila indiana, já que a pista da direita estará reservada aos ciclistas.
Também nos preocupamos com o fato de que a existência de uma faixa de circulação de bicicletas dará uma sensação de segurança aos ciclistas, eles ficarão mais confiantes quanto à sua própria segurança, porém, o nível de conscientização e respeito de nossos motoristas ainda está um pouco distante de uma educação, digamos, nórdica, e, desta forma, poderão ocorrer, com frequência, acontecimentos extremamente desagradáveis na RJ 171.
Bem, nossos caros leitores já estão imaginando a confusão que certamente acontecerá. Agora, a nossa maior surpresa e espanto – se é que alguma coisa hoje em Cabo Frio nos cause assombro – foi observar o trecho que está próximo à duna preta. Nesse trecho que só dá passagem para um veículo, a rua está dividida ao meio pela faixa da ciclovia, o que torna uma impossibilidade física o tráfego de um carro e uma bicicleta ao mesmo tempo. Bem, a não ser que o motorista seja um ás no volante e trafegue em duas rodas naquele trecho ou nas quatro, mas com duas delas em cima da calçada. São coisas dessa Prefeitura! Aliás, sem falar no grande buraco – coroando o final dessa ciclovia – que irá projetar o pobre ciclista no duro asfalto, que, por sorte dele ou “economia”, é bem fininho!
E a coisa está tão feia que ainda não conseguimos entender as 62 (sessenta e duas) rachaduras existentes antes mesmo da inauguração do, digamos, trecho nobre da ciclovia, e pior, ninguém se manifesta, ninguém diz nada. O custo de sua construção (R$ 415,00/metro) está bem acima do custo estimado por especialistas e órgãos governamentais que é de, aproximadamente, R$ 120,00/metro (Sombras no Paraíso XXXII, Blog do Alair). Por favor, não venham nos dizer que a tinta vermelha para a ciclofaixa é que foi cara …
Seria muito bom – já que o nosso país funciona na base das liminares – que elas existissem, preventivamente, contra os “malfeitos” e os “caras-de-pau”. E lembrem-se maus gestores públicos, mesmo com tudo e todos contra, há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!
Final da ciclofaixa ou, talvez, início das obras do metrô de Cabo Frio
Bicicleta de um lado, carro do outro (ambos em duas rodas para que caibam)
Trecho da ciclofaixa com a árvore de 650 mil reais ao fundo

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